terça-feira, 3 de abril de 2012

The Farmer's Wife - Anne Sexton

Uma amiga minha gostou da minha outra tradução de Anne Sexton (Depois de Auschwitz), e decidi traduzir outros poemas da autora. Esse é o The Farmers Wife, que conheci em excelente tradução do Jorge Wanderley, além de possuir outras traduções em português mais opu menos felizes.

The Farmer's Wife - Anne Sexton

From the hodge porridge
of their country lust,
their local life in Illinois,
where all their acres look
like a sprouting broom factory,
they name just en years now
that she has been his habit;
as again tonight he'll say
honey bunch let's go
and she will not say how there
must be more to living
than this brief bright bridge
of the raucous bed or even
the slow braille touch of him
like a heavy god grown light,
that old pantomime of love
that she wants although
it leaves her still alone,
built back again at last,
mind's apart from him, living
her own self in her own words
and hating the sweat of the house
they keep when they finally lie
each in separate dreams
and then how she watches him,
still strong in the blowzy bag
of his usual sleep while
her young years bungle past
their same marriage bed
and she wishes him cripple, or poet,
or even lonely, or sometimes,
better, my lover, dead.

A Mulher do Fazendeiro - Anne Sexton

Do caldo misturado
de sua terra de luxúria,
sua fria vida em Ilinois,
onde cada acre se apresenta
como uma fábrica de vassouras florescentes,
faz dez anos, dizem,
que ela se tornou o hábito dele;
essa noite ele dirá outra vez
“docinho, vem cá”
e ela não dirá quão mais
sua vida precisa para viver
que essa ponte pênsil e pequena
da barulhenta cama ou ainda
o lento toque em braile dele
como um deus pesado, leve tornado,
a velha pantonima do amor
que ela quer, não obstante
vai e deixa-a só,
e outra vez volta, enfim,
as duas mentes separadas, a dela vivendo
a si mesma em suas próprias palavras
adiando o suor da casa
que eles mantêm quando se deitam
juntos em sonhos separados
e o como ela o observa,
ainda forte num saco enchido
durante seu sono usual
seus áureos anos passam perdidos
nessa mesma cama de casal
e deseja-o aleijado, ou poeta,
ou apenas só, ou algumas vezes,
melhor, amor, morto.

Trad: Raphael Soares



Essa tradução tem algumas características peculiares. Procurei manter as assonâncias e aliterações na medida do possível, algumas vezes sem importar tanto com o lexico usado pela autora, mas sempre procurando manter o sentido global. Isso explica , por exemplo a "ponte pênsil e pequena" (brief bright bridge) ou os "áureos anos" (young years), entre outros. Sem mais comentários.

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