L'amour laboureur - André Chénier
Nouveau cultivateur, armé d'un aiguillon,
L'Amour guide le soc et trace le sillon ;
Il presse sous le joug les taureaux qu'il enchaîne.
Son bras porte le grain qu'il sème dans la plaine.
Levant le front, il crie au monarque des dieux :
«Toi, mûris mes moissons, de peur que loin des cieux
Au joug d'Europe encor ma vengeance puissante
Ne te fasse courber ta tête mugissante.»
O Amor Trabalhador - André Chénier
Oh novo fazendeiro, armado de ferrão,
O amor guia a carroça e traça todo o chão;
E traça sobre o jugo os touros que acorrenta,
O grão pela planície o braço então aguenta.
Levanta a fronte e grita ao rei das divindades:
«Comerás do meu pasto, e lá na imensidade
Sob o jugo da Europa a vingança avultada
Não te faça dobrar tua cabeça curvada.»
Trad: Raphael Soares
An Cidli [Furcht der Geliebten] - Klopstock
Cidli, du weinest, und ich schlummre sicher,
Wo im Sande der Weg verzogen fortschleicht;
Auch wenn stille Nacht ihn umschattend decket,
Schlummr' ich ihn sicher.
Wo er sich endet, wo ein Strom das Meer wird,
Gleit' ich über den Strom, der sanfter aufschwillt;
Denn, der mich begleitet, der Gott gebots ihm!
Weine nicht, Cidli.
Cidli, choraste, e eu durmo em paz,
La em terras que estradas vão quebrar-se;
E mesmo a quieta noite as sombras cobrem,
Durmo eu em paz.
Onde se quebra, onde ondas são tormenta,
Deslizo na tormenta que gentil me engloba,
Pois ele me acompanha, Deus que a guia,
Não chores, Cidli.
Trad: Raphael Soares
When lovely woman stoops to folly - Oliver Goldsmith
When lovely woman stoops to folly,
And finds too late that men betray,
What charm can soothe her melancholy,
What art can wash her guilt away?
The only art her guilt to cover,
To hide her shame from every eye,
To give repentance to her lover
And wring his bosom, is—to die.
Quando uma moça curva-se à loucura - Oliver Goldsmith
Quando uma moça curva-se à loucura,
E tarde nota que os homens traem,
Melancolia se acha formosura?
Que artes culpa sua talvez varrem?
A sua unica arte é enganar,
Dos outros sua vergonha esconder,
E para o seu amado perdoar,
E comprimir seu seio - é morrer.
Trad: Raphael Soares
Soneto - Filinto Elíseo
Já vem a primavera, desfraldando
Pelos ares as roupas perfumadas,
E os rios vão, nas águas jaspeadas,
Os frondíferos troncos retratando;
Vão-se as neves dos montes debruçando
Em tortuosas serpes argentadas;
Pelas veigas, o gado, alcatifadas,
A esmeraldina felpa vai tosando.
Riem-se os céus, revestem-se as campinas;
E a natureza as melindrosas cores
Esmera na pintura das boninas.
Ah! Se assim como brotam novas flores,
Se remoça todo o orbe... das ruínas
Dos zelos renascessem meus amores!
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