quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Wordsworth - Fragment from The River Duddon e Bruno de Menezes - Reis Magos / Dois poemas de natal

Feliz Natal para todos. Em comemoração a esse dia especial, posto um poema de Wordsworth traduzido. Na verdade, este fragmento do poema é mais famoso que o próprio poema inteiro, e já é de um período em que a qualidade poética do autor já estava bastante gasta. Por fim, posto também um belíssimo poema de natal do poeta paraense Bruno de Menezes, um dos fundadores do modernismo na região Norte, mas cujo poema apresentado antecede o ano de 1922. A minha primeira impressão foi a de postar o "Soneto de Natal" de Machado de Assis ou Vinícius de Moraes, mas são poemas tão afamados que já devem ter sido lidos por todos. Então resolvi escolher poemas de natal de Jorge de Lima, Pinagé ou Bruno de Menezes, menos famosos, e escolhi esse, que remete ao natalício de Jesus.
De resto, feliz natal para todos, e que venham muitos livros de presente.

THE RIVER DUDDON - WORDSWORTH (Fragment, 1820)

THE Minstrels played their Christmas tune
To-night beneath my cottage-eaves;
While, smitten by a lofty moon,
The encircling laurels, thick with leaves,
Gave back a rich and dazzling sheen,
That overpowered their natural green.

Through hill and valley every breeze
Had sunk to rest with folded wings:
Keen was the air, but could not freeze,
Nor check, the music of the strings;
So stout and hardy were the band
That scraped the chords with strenuous hand;

And who but listened?--till was paid
Respect to every Inmate's claim:
The greeting given, the music played,
In honour of each household name,
Duly pronounced with lusty call,
And "merry Christmas" wished to all!


O Rio Duddon (fragmento) - Wordsworth

Tons de Natal tocaram os menestréis
Esta noite, bem cá nos meus beirais;
Tocado pela altiva lua, a pés,
Grossas folhas, o louro circundais,
Um brilho deslumbrante devolver de
Volta, que dominou seu próprio verde.

Por vales e colinas, cada brisa
Com asas retraídas descansou:
Ávido era o ar, mas não congelaria,
E a música das cordas não checou;
Forte e hábil era a banda que então
Tocou os acordes com extenuante mão.

E quem foi que escutou? - até ser pago
Respeito ao clamor de cada interno,
A música tocada, o aplauso dado
Em honra de cada um irmão fraterno,
Bem pronunciada em apelo sensual,
Desejando a todos: “Feliz Natal”.

Trad: Raphael Soares


Reis Magos - Bruno de Menezes

Quando sonho em três almas... três destinos
Voltados para a luz redencional.
Reis Magos transformados em beduínos,
Seguindo um astro sobrenatural.

E por lendárias noites, o areal
Viu as sombras dos régios peregrinos,
Olhos fitos na Estrela do Natal,
Conduzindo os três símbolos divinos.

“Ouro, porque é Rei”, - disse o primeiro.
“Incenso, porque é Deus”, - disse o segundo.
“Mirra, porque é Amor”, - disse o terceiro.

Baixara à terra o luminoso guia...
Jesus teve no olhar a Luz do mundo,
E a Dor brilhou nos olhos de Maria.

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