Aqui mais 3 traduçoes, mas antes delas um pedido de desculpas:
A falta da qualidade dessas traduções decorre da minha incompreensão da poética das autoras. Foi uma tentativa quase misstranslation. Por sorte há muitas, e competentes, traduções de Dickinson e Plath, apesar de Sexton ser pouco traduzida no brasil.
Seguem as traduções:
712 - Dickinson
Because I could not stop for Death,
He kindly stopped for me;
The carriage held but just ourselves
And Immortality.
We slowly drove, he knew no haste,
And I had put away
My labor, and my leisure too,
For his civility.
We passed the school, where children strove
At recess, in the ring;
We passed the fields of gazing grain,
We passed the setting sun.
Or rather, he passed us;
The dews grew quivering and chill,
For only gossamer my gown,
My tippet only tulle.
We paused before a house that seemed
A swelling of the ground;
The roof was scarcely visible,
The cornice but a mound.
Since then 'tis centuries, and yet each
Feels shorter than the day
I first surmised the horses' heads
Were toward eternity.
18 April - Plath
the slime of all my yesterdays
rots in the hollow of my skull
and if my stomach would contract
because of some explicable phenomenon
such as pregnancy or constipation
I would not remember you
or that because of sleep
infrequent as a moon of greencheese
that because of food
nourishing as violet leaves
that because of these
and in a few fatal yards of grass
in a few spaces of sky and treetops
a future was lost yesterday
as easily and irretrievably
as a tennis ball at twilight
After Auschwitz - Anne Sexton
Anger,
as black as a hook,
overtakes me.
Each day,
each Nazi
took, at 8: 00 A.M., a baby
and sauteed him for breakfast
in his frying pan.
And death looks on with a casual eye
and picks at the dirt under his fingernail.
Man is evil,
I say aloud.
Man is a flower
that should be burnt,
I say aloud.
Man
is a bird full of mud,
I say aloud.
And death looks on with a casual eye
and scratches his anus.
Man with his small pink toes,
with his miraculous fingers
is not a temple
but an outhouse,
I say aloud.
Let man never again raise his teacup.
Let man never again write a book.
Let man never again put on his shoe.
Let man never again raise his eyes,
on a soft July night.
Never. Never. Never. Never. Never.
I say those things aloud.
I beg the Lord not to hear.
Dickinson – 712 (numeração de Johnson)
Porque não pude parar para a Morte -
Ela, gentil, parou para mim –
A Carruagem levou Nós duas -
E a Imortalidade.
E lento fomos – Nenhuma pressa
E eu deixei de lado
Meu trabalho e indolência
Por sua Cortesia –
Passamos em frente à Escola, onde as Crianças
Brincavam - no intervalo –
Passamos pelos Campos de Trigos Maduros –
Passamos pelo ocaso –
Ou melhor – Ele passou por Nós –
E o Frio esfriava e me gelava –
Meu Vestido somente de Gaze –
E só de Tule minha capa –
Paramos ante uma Casa, semelhante
A um relevo no chão -
Mal se via o Telhado –
A Cornija - no chão –
Desde então – Séculos passaram –
Cada um mais curto que um Dia
Pela primeira vez vi que os cavalos
Rumavam para a eternidade.
Plath – 18 de Abril
a lama de todos os meus ontens
apodrecem no vácuo de meu crânio
e caso o meu estômago se contrair
devido algum fenômeno explicável
como gravidez ou constipação
eu não lembro de você
ou que por causa do sono
infrequente como a lua de queijo
que por causa da comida
é nutritiva como folhas de violeta
que por causa dela
e em poucas jardas fatais de grama
em poucos espaços dos céus e das copas
um futuro estava perdido ontem
tão facilmente e irremediavelmente
como uma bola de tênis no ocaso
Anne Sexton – Depois de Auschwitz
A raiva,
tão negra como um gancho,
vence-me.
Cada dia,
cada Nazista
pega, às 8:00 da manhã, um bebê
e o refoga na sua frigideira
para o café da manhã.
E a morte olha com um olhar casual
e pega a sujeira abaixo da unha.
O homem é mau,
eu grito.
O homem é uma flor
que deve-se queimar,
eu grito.
O homem
é um pássaro enlameado,
eu grito.
E a morte olha com um olhar casual
e coça o anus.
O homem com seus róseos pés,
com seus dedos milagrosos
não é um tempo
mas um casebre,
eu grito.
Que o homem nunca mais erga sua xícara de chá.
Que o homem nunca mais escreva um livro.
Que o homem nunca mais calce seus sapatos.
Que o homem nunca mais abra seus olhos,
na fina noite de julho.
Nunca. Nunca. Nunca. Nunca. Nunca.
Eu grito essas coisas.
Oro ao Senhor que não ouça.
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