Sonnet XIV - William Shakespeare
Not from the stars do I my judgement pluck;
And yet methinks I have Astronomy,
But not to tell of good or evil luck,
Of plagues, of dearths, or seasons' quality;
Nor can I fortune to brief minutes tell,
Pointing to each his thunder, rain and wind,
Or say with princes if it shall go well
By oft predict that I in heaven find:
But from thine eyes my knowledge I derive,
And, constant stars, in them I read such art
As truth and beauty shall together thrive,
If from thyself, to store thou wouldst convert;
Or else of thee this I prognosticate:
Thy end is truth's and beauty's doom and date.
Soneto 14 - William Shakespeare (Decassílabo)
Das estrelas não tiro julgamentos,
E creio possuir astronomia,
Mas não predigo os bons ou maus momentos,
Nem faltas, nem um clima que enfastia.
Não posso predizer nenhum futuro
E afirmar sobre a fúria natural,
Ou dizer se um reinado será duro
Ao nobre, lendo celeste sinal.
Dos teus olhos, astros constantes, é
Que leio e extraio todo o meu saber,
Como a beleza, a verdade e a fé
Viverão caso em prole converter.
Caso não seja assim, assim predigo:
Morrerão o belo e verdade contigo.
Trad: Raphael Soares
Soneto 14 - William Shakespeare (Dodecassílabo)
Dos imensos astros não tiro julgamentos,
Embora creio ter alguma astronomia,
Não sei predizer fado bom ou de tormentos
Sobre pragas, penúria ou o clima de outro dia.
Não posso ver do futuro nem um minuto
E dizer se nele já chuva, raio ou vento,
Nem sei se um príncipe terá um reino impoluto
Apenas lendo sinais do celeste intento.
Somente dos teus olhos tiro o meu saber,
E, astros constantes, são neles que eu leio
Como a beleza e verdade vão viver
Se conseguires de multiplicar-te um meio.
Tenho uma previsão caso ocorra o contrário:
Beleza e verdade encontrarão o seu sudário.
Trad: Raphael Soares
Falta o amálgama que mistura a alma
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