Here's my case. Of old I used to love him,
This same unseen friend, before I knew:
Dream there was none like him, none above him, -
Wake to hope and trust my dream was true.
Loved I not his letters full of beauty?
Not his actions famous far and wide?
Absent, he would know I vowed him duty;
Present, he would find me at his side.
Pleasant fancy! for I had but letters,
Only knew of actions by hearsay:
He himself was busied with my betters;
What of that? My turn must come some day.
"Some day" proving - no day! Here's the puzzle.
Passed and passed my turn is. Why complain?
He's so busied! If I could but muzzle
People's foolish mouths that give me pain!
"Letters?" (hear them!) "You a judge of writing?
Ask the experts! How they shake the head
O'er these characters, your friend's inditing -
Call then forgery from A to Z!
"Actions? Where's you certain proof" (they bother)
"He, of all you find so great and good,
He, he only, claims this, that, the other
Action - claimed by men, a multitude?"
I can simply wish I might refute you,
Wish my friend would, - by a word, a wink, -
Bid me stop that foolish mouth, - you brute you!
He keeps absent, - why, I cannot think.
Never mind! Though foolishness may flout me,
One thing's sure enough: 't is neither frost,
No, nor fire, shall freeze or burn from out me
Thanks for truth - though falsehood, gained - though lost.
All my days, I'll go the softlier, sadlier,
For that dream's sake! How forget the thrill
Through and through me as I thought "The gladlier
Lives my friend because I love him still!"
Ah, but there's a menace some one utters!
"What and if you friend at home play tricks?
Peep at hide-and-seek behind the shutters?
Mean your eyes should pierce through solid bricks?
"What and if he, frowning, wake you, dreamy?
Lay on you the blame that bricks - conceal?
Say 'At least I saw who did not see me,
Does see now, and presently shall feel'?
"Why, that makes your friend a monster!" say you:
"Had his house no window? At first nod,
Whould you not have hailed him?" Hush, I pray you!
What if this friend happened to be - God?
Temores e Escrúpulos - Robert Browning
Eis o meu caso. Velho eu tive de amá-lo,
O mesmo amigo oculto, de outrora, imortal:
Sonhava-o sem igual, ninguém a superá-lo, –
Acordava crendo que meu sonho era real.
Não amei suas cartas cheias de beleza?
Nem seus famosos atos, por mim, foram amados?
Ausente, saberia o dever que votei-lhe;
Presente, poderia achar-me ao seu lado.
Prazerosa quimera! e eu só com seus escritos,
Sabia de seus atos só o que me dizia:
Ele próprio se ocupava com meus pedidos;
Qual deles? De ao meu lado vir algum dia.
“Algum dia” era nenhum! Esse é o dilema.
E o tempo foi passando. Por que me opor?
Ele era ocupado! Se eu pudesse apenas
Calar as tolas bocas que me causavam dor!
“Cartas?” (ouça) “Acaso julgas escrituras?
Pergunte a especialistas, e eles irão ler
Sobre esses caracteres, e essas feituras –
Chamá-los-iam forjados de A a Z!
“Ações? Onde é que estão as provas” (prosseguiam)
“De tudo o que vês nele de grande e bom são
Ele, ele somente, que diz isso, que diriam
Outros de seus atos – ditos pela multidão?”
Queria só poder dizer “eu vos refuto!”,
Que meu amigo dissesse – uma palavra apenas –
Para calar as tolas bocas – vós, seus brutos!
Porque não sei – mas ele ainda se ausenta.
Que importa! Embora essa tolice me provoque,
Uma coisa é certa: nenhum gelo tremendo
Ou brasa queimará ou congelará o que
É vero – a falsidade vencendo – ou perdendo.
Todos os meus dias irei, mais manso e triste,
Em prol do sonho! Como pensar que é engano
O sentimento que trespassa, e penso “Existe
Alegria em meu amigo pois ainda o amo!”
Mas isso é uma ameaça aos desqualificados!
“Acaso o teu amigo vai brincar contigo?
Pira-se-esconde atrás das portas dos sobrados?
Teus olhos podem trespassar sólido abrigo?
“Acaso ele, zangado, te acordará, sonhando?
Te põe a odiar tais coisas – ocultação?
Diz 'ao menos vejo quem não está me enxergando
Irão me ver agora e em breve sentirão'?
“Porque fazer de teu amigo um monstro!” falas:
“Tal casa não tem qualquer janela? Aos teus
Acenos não pode responder?” pois te calas!
E se esse amigo por acaso fosse – Deus?
Trad: Raphael Soares
Precisei deste poema traduzido. Obrigada por compartilhar.
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